A corrida espacial do século XXI

A década de 60 foi marcada pela conhecida corrida espacial. Em plena Guerra Fria, EUA e URSS (União Soviética) utilizaram o espaço como forma de mostrar indiretamente um para o outro o poderio tecnológico (e, consequentemente, bélico) de cada nação. Essa era marcou a história da humanidade ao colocar satélites, animais e humanos para orbitar a Terra e teve um desfecho épico com o famoso pouso da Apollo 11 em solo lunar. A missão comandada por Neil Armstrong sedimentou a vitória dos EUA na corrida espacial e deixou o caminho aberto para que a colonização do espaço progredisse. No entanto, como anda essa busca tão sonhada pelo ser humano, desde a Antiguidade?

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Cadela Laika: primeiro ser vivo a orbitar a Terra, em 1957

Depois que a pegada do primeiro astronauta foi marcada na Lua, o interesse americano em missões similares foi diminuindo gradativamente. Outras cinco missões americanas foram bem sucedidas ao pousar no satélite (Apollos 12 e 14 a 17) realizando diversas pesquisas científicas como a da queda simultânea de um martelo e uma pena (em um ambiente se atmosfera, eles caem ao mesmo tempo). Além disso, até mesmo veículos elétricos foram utilizados para navegar o solo lunar. Ao final do programa Apollo, EUA e URSS se uniram em 1975 em uma missão conjunta Apollo-Soyuz que apenas manteve os astronautas em órbita terrestre. Isso não apenas marcou o fim da disputa pelo espaço como deu início à cooperação internacional no ambiente espacial que culminaria na construção da Estação Espacial Internacional (a ISS, do inglês International Space Station).

Apollo 15 - Site Astronomia
Apollo 15: veículos elétricos foram usados para desbravar o solo lunar

Mais recentemente, o espírito da competição pelo espaço foi reaberto, em Janeiro de 2019, quando a China fez o primeiro pouso no polo sul da Lua, local até então inexplorado. Apesar das diferentes proporções, se comparada ao cenário da Guerra Fria, a situação atual indica uma nova disputa para chegar à Lua. A NASA já indicou interesse em não apenas retornar ao satélite, mas também construir uma estação-base por lá. Os persistentes atritos dos americanos com os russos foram agravados nos últimos anos, assim como com os chineses, incitando o espírito competitivo novamente. Porém, dessa vez outros países também clamam por um lugar na nova corrida, como é o caso da Índia, Israel, Japão, Coreio do Sul e União Europeia. O mais interessante, no entanto, reside não nestes novos competidores, mas nas empresas que agora demonstram interesse nessa briga.

Empresas como SpaceX e Blue Origin, dos empresários bilionários Elon Musk (criador da Tesla Motors) e Jeff Bezos (criador da Amazon), respectivamente, se destacam como o diferencial dessa nova corrida espacial. Graças à liderança de Musk, as novas tecnologias de foguetes da SpaceX tem avançado consideravelmente ao desenvolver, por exemplo, veículos que tem a capacidade de retornar à Terra, ainda que pousando em uma base na água. Isto permite que estes foguetes sejam reutilizados, diminuindo os custos e a poluição (tanto nos mares, como do lixo espacial). Apesar de não aparecer com a mesma frequência na mídia, a Blue Origin e outras empresas, como a própria Boeing, também tem crescido ao oferecer serviços de montagem de foguetes, envio de satélites e até mesmo turismo espacial. A própria NASA muitas vezes, utiliza dos serviços dessas empresas para desenvolver suas próprias missões.

Pouso do foguete Falcon 9, da SpaceX em uma base no mar

Tomado por muitos como megalomaníaco, Elon Musk, da SpaceX já deu diversas declarações indicando a vontade de povoar a Lua e Marte, provendo até mesmo datas de previsão para tais acontecimentos. Apesar dessas promessas serem criticadas pelas suas baixas probabilidades, é perceptível que o empresário tem grande tato para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras e disponibilizá-las no mercado antes de qualquer um. Isto pode ser visto não apenas com os já citados foguetes “reutilizáveis”, como também na própria Tesla Motors, montadora de carros elétricos que produz desde carros esportivos (que chegam a superar o desempenho de equivalentes a gasolina) até o “popular” modelo 3. A busca por melhorar cada vez mais a tecnologia espacial se beneficia com o ímpeto de pessoas como Musk e pela competição que se visualiza entre países e empresas, deixando o sonho de explorar o espaço, ainda ativo.

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Elon Musk: o ambicioso bilionário tem planos para colonizar a Lua e Marte

Novas notícias surgem a cada dia. No próximo dia 27 de Maio, a NASA utilizará de foguetes da SpaceX para fazer um lançamento tripulado em solo americano, depois de uma década sem fazê-lo. A cada inovação, damos um passo a mais para voltarmos à Lua, ou até mesmo a Marte. Dessa forma, pode-se tirar como positivo a nova busca pela conquista do espaço. Seja por países, conjunto de nações, união internacional ou empresas, sabemos que podemos manter vivo o interesse pelo espaço.

Para saber mais da vida e obra de Elon Musk, recomendo o livro Elon Musk: Como o CEO bilionário da SpaceX e da Tesla está moldando nosso futuro:

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Fontes:
https://www.infoescola.com/historia/corrida-espacial/
https://www.history.com/topics/cold-war/space-race
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-corrida-espacial.htm
https://canaltech.com.br/espaco/da-apollo-1-a-apollo-17-o-que-fez-cada-missao-do-programa-lunar-da-nasa-154105/
https://veja.abril.com.br/especiais/a-nova-corrida-espacial/
https://canaltech.com.br/espaco/a-atual-corrida-espacial-entre-eua-europa-russia-e-china-para-se-firmar-na-lua-132795/
https://gizmodo.uol.com.br/primeiro-lancamento-tripulado-pela-spacex-partira-em-27-de-maio/

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