The Last of Us já é uma adaptação fenomenal!

Este texto contém spoilers da série The Last of Us!

Estou escrevendo este texto no dia 30 de Janeiro de 2023, um dia após o lançamento do terceiro episódio de The Last of Us, série da HBO baseada no jogo homônimo de Playstation. Sendo assim, a série ainda tem muita estrada pela frente até terminar a temporada, que terá um total de nove episódios. Ainda assim, eu achei pertinente emitir algumas opiniões desde já, pois 3 episódios foi o suficiente para demonstrar uma incrível capacidade de adaptação (até pouco tempo diminuta no histórico de dramaturgias baseadas em video games) e construção de narrativas humanas e incrivelmente emocionantes.

Os dois primeiros episódios são magníficas adaptações dos capítulos iniciais do jogo sem, no entanto, esquecer a mídia atual. O início da jornada do Joel, desde o remoto passado em que perde a filha, até o início da sua caminhada com a Ellie seguem fielmente as sequências do jogo, com algumas cenas replicando quadros praticamente idênticos. A produção, no entanto, usa as características da mudança de mídia para acrescentar mais detalhes à história (algo que no jogo é feito através de cartas e colecionáveis, que não podem ser repassados diretamente para o formato de vídeo).

Alguns bons exemplos são a cena inicial do médico em um programa de entrevista falando sobre uma possível pandemia de fungos e a jornada da Sarah para comprar o relógio de presente para o pai. No primeiro caso, os roteiristas fazem uso da situação do mundo real (pós-pandemia) para nos colocar informações sobre a história que estamos prestes a ver, aproveitando o conhecimento e familiaridade do público com pandemias e explicações de médicos nesse tipo de programa (vale dizer, é muito improvável que uma pandemia semelhante aconteça de verdade). No segundo o caso, a jornada da Sarah na cidade serve não só para termos empatia com a personagem que logo morrerá mas também para mostrar o início de uma infecção que ninguém estava vendo surgir. Nenhuma dessas histórias estão no jogo.

A fotografia merece um destaque especial, pois consegue mostrar as dualidades entre um mundo destruído com uma natureza que renasce, assim como o contraste do pessimismo da experiência (personalizado no Joel) com o otimismo jovem e esperançoso (personalizado na Ellie). Podemos analisar a fotografia colocando esses sentimentos através da iluminação de algumas cenas, para onde a luz aponta e onde que fica a sombra.

O terceiro episódio, em particular, trouxe uma carga dramática intensa, mas não incomum para os fãs dos jogos. Neste capítulo, apresentou-se a história de Bill e Frank, um casal que passou anos sobrevivendo juntos em condições relativamente isoladas de toda a confusão existente nos centros militares controlados pela FEDRA ou dos ativistas Vagalumes. O roteiro não é leviano de mantê-los completamente desconectados da história principal. Na verdade a conexão com a jornada de Joel e Ellie é muito marcante, apresentando, inclusive, um reflexo maravilhoso na história das duas duplas. Afinal, a moral da história é que, naquele mundo de completo caos e destruição, o que nos mantém vivos é, e sempre será, a vontade de proteger aqueles que nós amamos. O que faz uma boa história, se não a conexão humana?

A história de Bill e Frank difere um pouco com o que está nos jogos, mas mais uma vez, isto é feito seguindo fielmente a essência das histórias de The Last of Us que são, acima de tudo, história de pessoas e até vamos por elas. A ambientação baseada na distopia e no apocalipse zumbi se fazem simplesmente para intensificar essas relações e apresentar dilemas morais interessantes (além de ótimas cenas de ação).

Acredito que a série da HBO tem condições, mesmo que ainda não tenha finalizado sua primeira temporada, de ser sim considerada a melhor adaptação live action de algum jogo. No passado recente tivemos a incrível Arcane como uma grande rival, mas que fica no campo das animações. De qualquer forma, podemos afirmar que a antiga maldição de adaptações de games está sim no passado: Sonic e Castlevania são outros exemplos que demonstram que isso já é possível. O vindouro filme do Super Mario talvez continue essa nova leva de boas adaptações. E que mais possam vir como The Last of Us, pois o que não falta nos games são boas histórias sobre humanos e suas conexões.

Reflexões da Pandemia: viver intensamente

Começo a escrever este texto no dia 17 de março de 2021, dia em que completo exatamente 1 ano de quarentena. Por conta deste momento simbólico, que infelizmente nos trouxe para um lugar pior do que começamos com mais de 280 mil vidas perdidas até o momento, queria aproveitar para fazer novas reflexões. Muitas delas eu já fiz, 3 meses atrás, quando publiquei o texto O que aprendi com a pandemia? Assim, para não ficar me repetindo, este texto tem o propósito de acrescentar novas reflexões ou detalhar visões que foram pouco elaboradas no último texto, mas que se tornaram mais recorrente ao longo dos últimos meses para mim.

Fazendo planos de vida

No início de 2020, eu já estava em um momento de transformação e ressignificação da minha vida. Planejando viagens e pensando em inúmeras coisas diferentes que eu poderia fazer, tanto a curto como a médio prazo. Aí veio a pandemia, e acho que assim como a maioria, tive que engavetar esses projetos. Um ano se passou e a vontade de ver aqueles planos saírem do papel só cresce cada vez mais.

Fomos privados de ir para um bar com os amigos, de ter os encontros familiares, de visitar museus, de ir no cinema e etc. E assim que perdemos, por tanto tempo, a possibilidade de viver essas experiências, pudemos notar a falta que isso tudo faz. Conforme eu dei falta até mesmo daquilo nem era parte da minha rotina, vi como cada evento tem sua beleza, suas particularidades e como são importantes para a vida humana. E assim, eu anseio por ter essas experiências assim que for possível, conhecer o mundo e vivenciar a beleza da cultura, arte e tecnologia.

Dentro da impossibilidade de concretizar planos do lado de fora da minha casa, tive que me contentar com as experiências que eu poderia ter dentro dela. Foi assim que eu comecei a pensar que tipo de coisas diferentes eu poderia fazer em casa, que eu nunca fiz antes e poderiam me tirar da zona de conforto. Cozinhar pratos e drinks diferentes, ver filmes e séries que eu jamais imaginaria ver ou jogar jogos em live. E principalmente, me dedicar a este projeto de divulgação científica que tanto renova a minha paixão pela ciência. E me possibilita ter contato com outras pessoas em tempos tão isolados. Não é a mesma coisa que sair e ter o contato direto com as pessoas, mas certamente ajuda a viver novas experiências.

O desejo de viver intensamente

“Eu quero chegar lá na frente e sentir orgulho e felicidade de ter vivido como eu vivi”. Eu não sei se esta frase, ou alguma versão dela, deve ser creditada a alguém em específico, mas imagino que o sentimento que ela passa é bem conhecido por muitos. E ela tem feito cada vez mais sentido para mim.

Como falei no texto anterior, não quero que a minha vida seja resumida a trabalho. Afinal, eu não sou só um pesquisador, eu sou um membro da minha família, tenho meus amigos, meus hobbies e minhas paixões. Acima de tudo, sou humano. E como tal meu maior desejo é de aproveitar a vida ao máximo, experimentando tudo o que ela tenha a me oferecer e que eu tenha o privilégio de poder aproveitar. Quero que o Bruno do futuro olhe para traz e se orgulhe de ter vivido tudo o que vivi.

Com a pandemia, e mais de um ano sem poder viver todas essas possibilidades, vejo cada vez mais a falta que faz o contato humano e a descoberta de novas experiências. Além disso, as notícias cada vez mais alarmantes do cenário brasileiro (tanto político como sanitário), e as inúmeras mortes que vemos diariamente, só nos mostram a fragilidade da vida e como ela é preciosa. Estimamos a existência de bilhões de galáxias, resultando em 10^21 estrelas (ou seja 1 seguido de 21 zeros, só enxergamos 5000 mil a olho nu), e, ainda assim, só temos certeza da existência de vida em um planetinha, de um pequeno sistema solar, no canto da Via Láctea. Esse é ao mesmo tempo a pequeneza e a maior grandeza que a vida na Terra representa. É um absurdo deixarmos de aproveitar (e proteger) essa fagulha de experiências que o universo tem, que é tão única. É esse tipo de reflexão que tive lendo Respostas de um astrofísico, e que mostra o quanto que a vida é preciosa.

É essa mesma fragilidade que não nos permite ser negligentes com a vida alheia e deixar de cumprir as medidas de segurança contra a pandemia (máscaras e distanciamento social) em prol da sua própria vida. Isso é pensar pequeno e egoísta. É não pensar no todo, na sociedade e no coletivo. Além de arriscar a própria vida. Se desejamos sair dessa, temos que fazer a nossa parte em conjunto e em cooperação, para garantir que ao final de tudo isso, tenhamos de novo a possibilidade de viver tudo o que pudermos em sua plenitude.

Vida longa e próspera!

O que aprendi com a pandemia?

Há 9 meses a OMS declarava oficialmente a pandemia do coronavírus. De maneira geral, faz também 9 meses que entramos em estado de quarentena e isolamento social. Foi especificamente no dia 17 de março que eu saí de casa pela última vez este ano sem estar de máscara. Desde então já se passou muita coisa na minha vida. Por isso eu escrevo este texto: para compartilhar um pouco do que eu aprendi neste período de extrema introspecção e reflexão sobre mim, sobre o mundo e sobre a minha visão do mundo.

  • Saúde mental e autocuidado

Não demorou muito para que eu começasse a sentir os efeitos do isolamento e, principalmente, da incerteza que a pandemia trazia. O início de 2020 foi bem marcante para mim no que diz respeito a planejar o futuro e começar a cuidar um pouco mais de mim. Mas foi só algumas semanas de isolamento social para eu realmente começar a ter dimensão do que isso significava.

Iniciando o período de doutorado (que geralmente dura 4 anos), lá estava eu sem aulas (nem presenciais, nem remotas) livre para iniciar uma pesquisa que eu ainda não tinha muita ideia de como seria. Era muita liberdade para poder lidar. Como me organizar nos estudos? Quando eu posso efetivamente descansar? Devo trabalhar no final de semana? Some isso às lembranças de um mestrado recém terminado que não correu como eu imaginava. Frustração. Como me manter motivado nesse cenário? Sem bolsa, sem perspectiva. As dúvidas começavam a aparecer.

Foram algumas semanas com essas dúvidas martelando a minha mente justamente enquanto eu trabalhava (ou tentava trabalhar). Daí veio o ímpeto de cuidar da saúde mental. Há muito tempo que eu sempre ouvia e defendia o cuidado com a saúde mental, mas sem necessariamente aplicar esses ensinamentos a mim mesmo. Como falei no texto anterior, ansiedade e depressão são fortes candidatas a serem o mal do século XXI. Com tanta pressão social e cultural para que você seja “bem sucedido”, passa a ser normal as comparações com outras pessoas, a culpa e a duvidar de si mesmo.

E a solução para começar a realmente trabalhar essas questões e para ter uma vida equilibrada é só uma: terapia. Comecei a ter sessões com uma psicóloga e não tenho mais dúvidas da importância desse profissional. É através de terapia que a gente consegue ter mais consciência dos nossos sentimentos e da nossa realidade, o que permite que a gente tome ações equilibradas no cenário onde a gente vive. E só assim a gente consegue efetivamente ficar bem, e por ficar bem quero dizer saber lidar com momentos ruins assim como os bons.

Além da terapia, saúde mental também significa saber equilibrar tempo livre com tempo de trabalho. No isolamento com home office é fácil perder a fronteira de até onde o trabalho pode ir. Mas por mais que a gente goste do nosso trabalho, não é só o trabalho que nos define. Além de querer passar tempo com a família e amigos, você também tem seus hobbies e gostos pessoais. Então é muito importante traçar uma linha razoável de onde e quando você deve parar e ir fazer algo que você goste e te dê prazer.

Por fim, o autocuidado passa também por cuidar do seu corpo e da sua mente, então não se sinta culpado ao gastar um tempo fazendo skincare, lendo um livro ou jogando um vídeo game, isto também faz parte da sua vida. E sem esquecer também da boa alimentação e exercícios físicos, afinal é tudo sobre o seu corpo, o “recipiente” que te carregará durante toda a sua vida. Nunca me esquecerei da seguinte frase: “Trate de si mesmo, como você trata aqueles que você ama”.

  • Produtividade não é tudo

Ainda na linha da relação que temos com o trabalho, a rotina de home office pode ser muito desgastante para quem não está acostumado (até para quem faz isso há anos encontra dificuldade). Saber traçar a linha entre o que é horário de trabalho e o que é horário de lazer e afazeres doméstico pode ser bem desafiador. Sem contar as preocupações com postura e ergonomia no ambiente de trabalho, com o espaço físico de um escritório (muitas vezes integrado a um quarto ou uma sala, às vezes até mesmo na cozinha) ou com a “etiqueta” de reuniões onlines.

Mas mais do que essas questões, que acredito já terem sido discutidas amplamente ao longo de 2020, acredito que uma questão que mais me fez pensar foi a cultura da produtividade do século XXI, como bem discutido no livro “Este livro não vai te deixar rico”, do Startup da Real. Criamos uma cultura, bem millennial, de resumir a experiência de vida ao trabalho. Com isso encontramos rotinas absurdamente desgastantes onde não existe fim de semana e onde o trabalho que vara as madrugadas é considerado louvável. É nesse cenário que muitos começam a negligenciar a própria saúde física e mental em função de ser produtivo. Estudos já mostram uma relação direta entre longas jornadas de trabalho com o aumento de risco de derrames e doenças cardíacas. Coaches lucram ao vender estratégias como banhos gelados, mindsets “quânticos” que alteram o DNA e outras pseudociências em prol de vender uma vida de sucesso.

Mas a vida não se resume a isso. Nós somos humanos, feitos de carne, osso e emoções. Seres que precisam descansar, ter uma boa noite de sono, fazer atividade física e ter hobbies. Somos também seres sociais que precisam interagir com amigos e família. Precisamos de contato com a natureza ou até mesmo de procrastinar um pouco, ficar sem fazer nada ou trabalhar seu lado artístico (falo mais disso no próximo item).

De maneira geral eu aprendi em 2020 (pelo menos para a minha vida) que eu não quero ser definido meramente pelo meu trabalho. Sim, sou engenheiro e pesquisador com orgulho, mas também sou filho e irmão, sou um nerd que ama livros, filmes e quadrinhos, sou um amante da natureza, de arte, culinária e cultura e tudo isso me define tanto quanto meu trabalho. O equilíbrio entre todas essas partes é o que faz quem eu sou.

  • Ócio e criatividade

Segundo o autor Nassim Nicholas Taleb (de “O Cisne Negro” e “Antifrágil”), a procrastinação tem seu papel positivo ao desenvolver algum projeto. Isto ocorre porque a quantidade de estímulos que nos circunda é enorme (algo que comentei no meu texto Quantos livros você já leu?). Neste cenário, é imprescindível que a gente tenha um tempo para esvaziar a cabeça e deixar as ideias fluírem e se aquietarem.

E foi este um dos principais ensinamentos que aprendi com o isolamento: a importância do ócio. Voltando à influência da sociedade sobre a nossa rotina, parece que é quase um pecado que você fique parado, que você não esteja ativamente engajado em algo que seja produtivo ou que agregue algo para a sua vida. Mas quem disse que ficar parado não agrega em nada? Pretendo escrever um texto mais detalhado sobre essa questão, e fazer uma pesquisa mais aprofundada, mas o tempo de ócio e meditação é fundamental para que essa gama imensa de estímulos que chegam até o seu cérebro seja “processada” e possa enfim deixar a mente mais “livre” para quando você precisar de fato ser produtivo.

E não apenas o ócio e a procrastinação exercem esse papel, mas as atividades artísticas também. Vindo de um background de exatas, creio que seja muito comum que o estudo (tão técnico e matemático) acabe negligenciando a importância da arte e da criatividade para um trabalho bem feito. De fato, a criatividade exerce um papel fundamental nas conexões cerebrais. Estudos apontam que atividades que envolvem criatividade criam e fortalecem conexões no cérebro que influenciam posteriormente o processo de percepção e aprendizado. Desta forma, faz parte de uma rotina saudável que um trabalhador, por mais técnico e a matemático que seja, realize tarefas como desenhar, escrever, tocar instrumentos musicais e qualquer outros hobbies que pratiquem a criatividade. Não apenas pelo tempo de relaxamento e alívio de estresse, como também para fortalecer a atividade cerebral. Definitivamente, não é tempo perdido.

  • Queremos ser bilionários?

O próprio conceito de ser “bem sucedido” é questionável. Muitos explicariam como seguir os seus sonhos. Mas de maneira cultural e implícita ele significa ser rico, dono de alguma empresa ou negócio de sucesso.

Acredito que a pergunta “O que é ser bem sucedido?” para mim neste ano, foi resinificada. Não acho que apenas a minha resposta foi modificada, mas criei uma percepção que a busca pela resposta é, em si, mutável. Isso significa que chegar no tal sucesso talvez seja até mesmo menos importante do que entender, o que é sucesso. Acredito que esta busca está muito mais no presente do que no futuro, isto é, a vida deve ser aproveitada a cada instante e equilibrada com os nossos deveres. Devemos sonhar e almejar sempre chegar longe, mas mais importante que isso é tomar consciência a cada dia de qual o pequeno passo diário que estamos dando para atravessar a longa jornada de alcançar os nossos objetivos, sem esquecer é claro de aproveitar a jornada e manter a saúde em dia.

  • Natureza, mudanças climáticas e vegetarianismo

Dizem que a gente só dá valor a algo quando perdemos. Não sei se isso é uma verdade universal mas certamente foi o que aconteceu comigo em 2020 quando falamos de natureza. A importância da natureza foi completamente ressignificada este ano. Por ter ficado em isolamento por tanto tempo e sem tanto contato com a natureza é que percebi o seu real valor, não apenas para mim e para os seres humanos como para o próprio planeta e os animais.

Quando eu tomei coragem para começar a descer do prédio e ir ficar alguns minutinhos sentado no gramado, rodeado de árvores e olhando o céu, foi que compreendi o efeito disso sobre meu estresse e minha ansiedade. Fato que já está presente na literatura científica.

Some essa saudade da natureza com as notícias cada vez mais preocupantes sobre desmatamento e aquecimento global e temos uma mudança significativa de mentalidade por minha parte. Comecei a olhar com grande interesse e preocupação sobre esta questão. Dados científicos são muito claros sobre o impacto que temos no planeta e ainda assim, há quem o negue ou o menospreze.

Com tamanho impacto que a sociedade industrial teve e ainda tem sobre o clima e a biodiversidade do planeta, comecei a repensar o meu papel nesse cenário e onde que eu me encaixo nesse paradigma. Vendo, principalmente, o impacto da agropecuária nessas modificações (especialmente agravadas pelos números recordes de desmatamento no país), comecei a cogitar a redução do meu próprio consumo de carne. Desde essa época, não me propus a efetivamente virar vegetariano, mas já sabia que uma simples redução já teria algum impacto. Hoje já estou mais confortável com essa redução e quem sabe ela pode vir a trazer o vegetarianismo. De qualquer forma, é importante pelo menos essa conscientização do impacto da indústria no meio ambiente.

  • Tudo é política

Em um ano de pandemia, eleições municipais no Brasil, presidencial nos EUA e ainda marcado pelo debate sobre questões raciais, foi impossível não comentar política de alguma forma. À medida que leio cada vez mais livros, jornais e revistas, vislumbro como que a política deve sim ser comentada e discutida ao contrário do que estabelece o dito popular. Não de maneira polarizada como foi em 2018, mas de maneira compreensiva e baseada em fatos e ciência.

Muitas obras artísticas e populares, como filmes e séries, perdem cada vez mais o medo de tocar em feridas e mostram que até mesmo mídias como quadrinhos e jogos podem e devem se manifestar politicamente, afinal tudo é política, como diz o pessoal do podcast Rapaduracast. Séries como Watchmen e Lovecraft Country e jogos como The Last of Us parte 2, são alguns exemplos de obras recentes e populares que trouxeram ao mainstream temas cada vez mais relevantes do debate sobre racismo e LGBTfobia. Muitas dessas obras acabaram sofrendo reações de ódio por conta disso, indicando como uma boa parte da população mundial, infelizmente ainda é bastante conservadora e retrógrada quando se trata dessas questões.

No entanto, é gratificante que obras de alcance tão amplo como estas abordem esses temas de maneira impactante e clara. O debate político e as informações verdadeiras sobre questões como estas devem estar em todas as camadas da população pois afetam a vida de todos direta ou indiretamente. Falar de política é falar de vida em sociedade.

  • Conclusão

Esse foi um ano difícil para todos, mas para mim ele também trouxe ensinamentos que levarei para toda a vida. Acima de tudo aprendi a ter consciência do presente, que os nossos objetivos mais almejados são conquistados um passo de cada vez todo dia. Autocuidado é fundamental para uma vida plena e saudável e esse cuidado se reflete em alimentação, exercícios, ir no médico, fazer o que gosta, se vestir como vc se sente melhor, estudar e trabalhar com equilíbrio. Além disso, não se deixe esquecer que você é um ser humano em um meio social então aproveite seus amigos e família, e pense também naqueles que você não conhece e no planeta em que você vive, que até agora é o único que temos. Que 2021 traga a vacina e um mundo melhor.

Referências

https://www.unasus.gov.br/noticia/organizacao-mundial-de-saude-declara-pandemia-de-coronavirus

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0140673615602951

medium.com/about-mi/a-procrastinação-é-um-mal-necessário-a3bfd4869645

https://papodehomem.com.br/abracando-a-procrastinacao/

http://lounge.obviousmag.org/ideias_de_guerrilha/2016/06/a-importancia-do-ocio-criativo.html

https://www.fastcompany.com/1007044/neuroscience-sheds-new-light-creativity

https://www.heart.org/en/healthy-living/healthy-lifestyle/stress-management/spend-time-in-nature-to-reduce-stress-and-anxiety

https://www.takingcharge.csh.umn.edu/how-does-nature-impact-our-wellbeing

https://www.bbc.com/news/science-environment-24021772

https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2020/11/desmatamento-na-amazonia-volta-a-bater-recorde-e-cresce-9.shtml

https://www.svb.org.br/205-vegetarianismo/saude/artigos/198-consumir-produtos-de-origem-animal-contribui-para-o-aquecimento-global

https://www.tecmundo.com.br/voxel/179697-the-last-of-us-part-ii-naughty-dog-se-pronuncia-sobre-ataques.htm

Quantos livros você já leu?

Já aconteceu de você entrar em uma biblioteca ou livraria e bateu uma ansiedade de que você nunca iria conseguir ler todos aqueles livros? Ou ficou muito tempo só navegando pelo catálogo da Netflix sem saber qual série, dentro de uma infinidade de opções, vai ser o foco dos seus próximos meses?

Graças à internet, a quantidade de conteúdo disponível para o cidadão médio nunca foi tão abundante na história da humanidade. Segundo a Forbes, só em 2018, 2,5 quintilhões de dados foram criados por dia, o que seria 25 seguidos de 17 zeros. Um minuto de 2017 era o suficiente para que quase 70.000 horas de vídeos fossem assistidos na Netflix, segundo levantamento do “Data Never Sleeps” (vide imagem abaixo). Certamente vivemos a era dos dados e da abundância de informações.

Dados e informações gerados por minuto em 2017 (Fonte: “Data Never Sleeps 5.0”)

Com tanta informação disponível, como você decide o que consumir? Se antes ficávamos horas passando por entre os canais de TV a cabo, à mercê que algum deles estivesse passando algo que te interessasse, hoje temos uma imensidão de possibilidades ao nosso alcance, e com possibilidade de escolha. E ainda assim, a gente se pega fazendo exatamente a mesma coisa: passando horas só olhando o catálogo da Netflix sem saber o que assistir.

Esta infinidade de possibilidades gera uma ansiedade ao se pensar que nunca seremos capazes de consumir tudo, uma lembrança até mesmo da finitude da vida. Queremos viver para sempre para poder ler todos os livros, assistir todas as séries e todos os filmes, aprender todas as línguas e por aí vai. Para lidar com esse anseio, ao lembrar dessa finitude, nos blindamos com o hábito de buscar as obras que seriam as melhores: “já que não posso consumir tudo, que pelo menos eu consuma o que há de melhor”.

Portanto, estamos sempre em busca de otimizar até mesmo o nosso tempo livre e obter a obra de maior “custo benefício”. Qual filme é a obra-prima que as pessoas estão falando bem? Qual livro vai me trazer o maior número de insights sobre a vida? Qual é a série mais aclamada pela crítica no momento? Um pensamento que veio da necessidade de ser produtivo nos estudos ou no trabalho, se expande agora para os hobbies em busca de não perder tempo.

Segundo o autor Byung-chul Han, autor de “Sociedade do cansaço”, trocamos a sociedade disciplinar dos século XX, um sistema social baseado em vigilância e punição, por uma sociedade do desempenho, em que a produtividade individual é soberana e o próprio indivíduo é responsável por se autorregular. Isso geraria um efeito colateral extremamente nocivo para o indivíduo, uma vez que a constante necessidade de afirmação e produtividade, o torna exausto, tanto fisicamente como mentalmente, desencadeando problemas como ansiedade e depressão. Doenças mentais estas que inclusive são consideradas o mal do século XXI.

Neste mesmo contexto, não é surpresa que os indivíduos acabem levando esse mesmo pensamento para o tempo livre, além do trabalho e dos estudos. Dessa forma, quando a pessoa que leva esse mindset (para usar um termo que é comum quando se fala desse assunto) para os hobbies, ela encara qualquer tempo como uma oportunidade de aprender, de produzir ou de gerar riqueza de alguma forma. E isso é extremamente nocivo até mesmo para a própria produtividade do indivíduo.

Vários estudos já revelaram uma correlação significativa entre trabalho excessivo (longas jornadas por semana) e doenças cardíacas e derrames. Portanto é importante que o tempo livre seja encarado como efetivamente tempo livre e não como oportunidade de gerar, necessariamente, alguma coisa produtiva, pois se for este o caso, vira trabalho. O próprio Byung-chul Han coloca o ócio criativo, como algo fundamental para a mente humana. Afinal, é com a mente que se realiza trabalho e se ela não estiver descansada e saudável, ela não vai trabalhar direito.

É claro que é sempre possível encontrar conhecimento e até mesmo gerar algum produto ou insight no tempo livre, seja lendo um livro ou assistindo um filme. Mas aqui eu coloco a necessidade de que isso aconteça como algo danoso. Ao encarar tudo como gerador de produto ou conhecimento, perde-se o momento de ócio e de liberação da mente. Tudo passa a ser trabalho.

Com isso em mente, eu considero que ao buscar o melhor conteúdo para se consumir, o indivíduo deve simplesmente escolher aquilo que se adequa mais ao seu gosto naquele momento específico. Pode ser que você esteja realmente afim de ver um documentário complexo sobre a história do Japão feudal e ganhar conhecimento com isso. Mas tem dias que você vai estar afim de simplesmente ver um filme besteirol. E está tudo bem. Reserve a necessidade de ser produtivo para o momento adequado de estudo e trabalho (e até nesse ponto tenho ressalvas) e divirta-se no tempo livre.

Outra dica que tenho pensado muito neste sentido é de não se preocupar em terminar essas obras. Não gostou de um livro no meio? Pare e vai ler outro, do contrário é mais possível que você vai perder completamente a vontade de ler qualquer coisa. Chegou na segunda temporada e a série está chata? Procure uma que te traga mais emoção. Não é necessário terminar algo, só porque começou (não quando se trata do seu tempo livre). Quem sabe parar e ficar um tempo sem ter contato te dê o respiro que precisava para voltar à obra depois de um tempo? O importante é estar de acordo com a sua vontade, naquele momento.

Referências

https://www.metropoles.com/entretenimento/quanto-tempo-levaria-para-assistir-todos-os-filmes-do-netflix

https://tecnoblog.net/260370/quantos-filmes-tem-na-netflix/

https://www.tecmundo.com.br/armazenamento/8429-cientistas-divulgam-numeros-da-quantidade-de-dados-no-mundo.htm

https://www.forbes.com/sites/bernardmarr/2018/05/21/how-much-data-do-we-create-every-day-the-mind-blowing-stats-everyone-should-read/#749339e960ba

https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/08/27/Por-que-vivemos-na-sociedade-do-cansa%C3%A7o-segundo-este-fil%C3%B3sofo

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0140673615602951

A corrida espacial do século XXI

A década de 60 foi marcada pela conhecida corrida espacial. Em plena Guerra Fria, EUA e URSS (União Soviética) utilizaram o espaço como forma de mostrar indiretamente um para o outro o poderio tecnológico (e, consequentemente, bélico) de cada nação. Essa era marcou a história da humanidade ao colocar satélites, animais e humanos para orbitar a Terra e teve um desfecho épico com o famoso pouso da Apollo 11 em solo lunar. A missão comandada por Neil Armstrong sedimentou a vitória dos EUA na corrida espacial e deixou o caminho aberto para que a colonização do espaço progredisse. No entanto, como anda essa busca tão sonhada pelo ser humano, desde a Antiguidade?

Há 60 anos, a cachorra Laika morria sozinha em busca dos segredos ...
Cadela Laika: primeiro ser vivo a orbitar a Terra, em 1957

Depois que a pegada do primeiro astronauta foi marcada na Lua, o interesse americano em missões similares foi diminuindo gradativamente. Outras cinco missões americanas foram bem sucedidas ao pousar no satélite (Apollos 12 e 14 a 17) realizando diversas pesquisas científicas como a da queda simultânea de um martelo e uma pena (em um ambiente se atmosfera, eles caem ao mesmo tempo). Além disso, até mesmo veículos elétricos foram utilizados para navegar o solo lunar. Ao final do programa Apollo, EUA e URSS se uniram em 1975 em uma missão conjunta Apollo-Soyuz que apenas manteve os astronautas em órbita terrestre. Isso não apenas marcou o fim da disputa pelo espaço como deu início à cooperação internacional no ambiente espacial que culminaria na construção da Estação Espacial Internacional (a ISS, do inglês International Space Station).

Apollo 15 - Site Astronomia
Apollo 15: veículos elétricos foram usados para desbravar o solo lunar

Mais recentemente, o espírito da competição pelo espaço foi reaberto, em Janeiro de 2019, quando a China fez o primeiro pouso no polo sul da Lua, local até então inexplorado. Apesar das diferentes proporções, se comparada ao cenário da Guerra Fria, a situação atual indica uma nova disputa para chegar à Lua. A NASA já indicou interesse em não apenas retornar ao satélite, mas também construir uma estação-base por lá. Os persistentes atritos dos americanos com os russos foram agravados nos últimos anos, assim como com os chineses, incitando o espírito competitivo novamente. Porém, dessa vez outros países também clamam por um lugar na nova corrida, como é o caso da Índia, Israel, Japão, Coreio do Sul e União Europeia. O mais interessante, no entanto, reside não nestes novos competidores, mas nas empresas que agora demonstram interesse nessa briga.

Empresas como SpaceX e Blue Origin, dos empresários bilionários Elon Musk (criador da Tesla Motors) e Jeff Bezos (criador da Amazon), respectivamente, se destacam como o diferencial dessa nova corrida espacial. Graças à liderança de Musk, as novas tecnologias de foguetes da SpaceX tem avançado consideravelmente ao desenvolver, por exemplo, veículos que tem a capacidade de retornar à Terra, ainda que pousando em uma base na água. Isto permite que estes foguetes sejam reutilizados, diminuindo os custos e a poluição (tanto nos mares, como do lixo espacial). Apesar de não aparecer com a mesma frequência na mídia, a Blue Origin e outras empresas, como a própria Boeing, também tem crescido ao oferecer serviços de montagem de foguetes, envio de satélites e até mesmo turismo espacial. A própria NASA muitas vezes, utiliza dos serviços dessas empresas para desenvolver suas próprias missões.

Pouso do foguete Falcon 9, da SpaceX em uma base no mar

Tomado por muitos como megalomaníaco, Elon Musk, da SpaceX já deu diversas declarações indicando a vontade de povoar a Lua e Marte, provendo até mesmo datas de previsão para tais acontecimentos. Apesar dessas promessas serem criticadas pelas suas baixas probabilidades, é perceptível que o empresário tem grande tato para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras e disponibilizá-las no mercado antes de qualquer um. Isto pode ser visto não apenas com os já citados foguetes “reutilizáveis”, como também na própria Tesla Motors, montadora de carros elétricos que produz desde carros esportivos (que chegam a superar o desempenho de equivalentes a gasolina) até o “popular” modelo 3. A busca por melhorar cada vez mais a tecnologia espacial se beneficia com o ímpeto de pessoas como Musk e pela competição que se visualiza entre países e empresas, deixando o sonho de explorar o espaço, ainda ativo.

Elon Musk usa #DeleteFacebook e diz que rede social é 'tosca'
Elon Musk: o ambicioso bilionário tem planos para colonizar a Lua e Marte

Novas notícias surgem a cada dia. No próximo dia 27 de Maio, a NASA utilizará de foguetes da SpaceX para fazer um lançamento tripulado em solo americano, depois de uma década sem fazê-lo. A cada inovação, damos um passo a mais para voltarmos à Lua, ou até mesmo a Marte. Dessa forma, pode-se tirar como positivo a nova busca pela conquista do espaço. Seja por países, conjunto de nações, união internacional ou empresas, sabemos que podemos manter vivo o interesse pelo espaço.

Para saber mais da vida e obra de Elon Musk, recomendo o livro Elon Musk: Como o CEO bilionário da SpaceX e da Tesla está moldando nosso futuro:

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Fontes:
https://www.infoescola.com/historia/corrida-espacial/
https://www.history.com/topics/cold-war/space-race
https://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-corrida-espacial.htm
https://canaltech.com.br/espaco/da-apollo-1-a-apollo-17-o-que-fez-cada-missao-do-programa-lunar-da-nasa-154105/
https://veja.abril.com.br/especiais/a-nova-corrida-espacial/
https://canaltech.com.br/espaco/a-atual-corrida-espacial-entre-eua-europa-russia-e-china-para-se-firmar-na-lua-132795/
https://gizmodo.uol.com.br/primeiro-lancamento-tripulado-pela-spacex-partira-em-27-de-maio/

Como drones fazem desenhos no céu

Na última virada do ano, os habituais fogos de artifícios foram substituídos por 2 mil drones no céu de Xangai na China. Como pode ser visto no vídeo a seguir, os veículos aéreos subiram aos céus chineses para emular os fogos tradicionais além de formar frases, números e figuras humanas. Apesar do show não ter ocorrido efetivamente no dia da virada, o feito ainda é extraordinário. Afinal, a precisão que cada drone deve ter para formar a figura exata no céu é bem alta.

O voo cooperativo, no entanto, não se restringe ao entretenimento como na apresentação chinesa. De fato múltiplos veículos aéreos voando cooperativamente ao mesmo tempo possuem diversas vantagens e aplicações relevantes. Por exemplo, imagine que deseja-se obter dados ou fotografias aéreas de uma determinada região, seja para saber sobre o trânsito de uma cidade ou o nível de desmatamento de uma floresta. Neste caso, utilizar mais de um drone certamente permitirá a cobertura de uma área muito maior, e em menor tempo de voo, do que seria com apenas um veículo. Outra aplicação importante é a diferenciação de tarefas, afinal dificilmente um veículo poderá realizar mais de uma tarefa simultaneamente, enquanto uma frota pode dividir as diferentes tarefas entre seus indivíduos. Este tipo de funcionalidade pode ser bem relevante em missões de resgate, por exemplo. Tais aplicações somente são factíveis graças aos estudos voltados para o planejamento cooperativo.

DJI lança o drone para mapeamento preciso Phantom 4 RTK - MundoGEO
Drones utilizados para mapeamento ou obtenção de dados

O planejamento cooperativo nada mais é do que um conjunto de regras impostas em cada veículo para que ele possa ir para sua posição no desenho (ou formação) sem colidir com seus colegas. Além dessas regras, é importante que cada drone se comunique com seus vizinhos para que eles tenham uma noção melhor do caminho a ser percorrido. Por fim, para garantir que o planejamento siga conforme o desejado, sensores como acelerômetros, giroscópios e GPS fornecem informações sobre o próprio veículo. Esses dados podem ser de posição, velocidade ou inclinação do veículo e, com eles, o drone pode reajustar sua configuração caso ela esteja diferente do planejado.

Existem diversos tipos diferentes de regras para permitir que esse planejamento e controle sejam feitos de maneira correta. A principal abordagem dos estudos atuais é a chamada líder-seguidor. Neste método, um indivíduo da frota é designado como líder e os demais como seguidores. Dessa forma, o líder age como referência para os outros veículos, que buscarão manter uma distância específica do líder para formar o desenho correto. Já outras técnicas, como a baseada em comportamento (do inglês, behavior-based) aloca uma tarefa específica para cada veículo de modo que o planejamento da frota se torna uma combinação das diversas ações individuais. Esta abordagem é mais preferível para missões que exigem a diferenciação de tarefas. Por fim, outro método utilizado é o da energia potencial artificial. Neste caso, alocamos para cada ponto do espaço aéreo uma quantidade de energia artificial. Então, como em muitos casos da natureza, cada veículo buscará o ponto de menor energia e evitará os de valores maiores. Portanto, basta colocar a posição desejada no desenho como um ponto de baixa energia, e a posição do drone vizinho (ou de qualquer outro obstáculo) como de alta energia, evitando assim possíveis colisões. Cada método tem vantagens dependendo da aplicação, portanto é importante saber a finalidade do voo antes de determinar qual deve ser utilizada.

Estes são apenas algumas das várias técnicas utilizadas para criar aquele conjunto de regras que dirá para cada drone, para onde ele tem que ir em uma frota. Apresentações como as da China mostram o quão avançado este tipo de estudo já está. Mas ainda existe muito a se fazer para trazer as vantagens do voo cooperativo para aplicações reais. Afinal, o uso dessa tecnologia na magnitude que ela pode nos beneficiar ainda não é amplamente difundido. O futuro, no entanto, é bastante promissor.

Fontes:
https://olhardigital.com.br/noticia/china-faz-festa-de-virada-do-ano-com-2-mil-drones-assista/94911
https://www.bbc.com/news/world-asia-china-50979557